Em meio a respostas sobre a vitória contra a Costa do Marfim, técnico da seleção dedica tempo a desafiar supostos críticos
Com o Brasil classificado com uma rodada de antecedência para as oitavas-de-final da Copa do Mundo, Dunga segue a todo vapor com sua rotina de rebater e ironizar a imprensa durante suas entrevistas coletivas na África do Sul. Neste domingo o alvo foi o comentarista Alex Escobar, da Sportv.
Dunga interrompeu uma de suas respostas aos jornalistas após a vitória do Brasil contra a Costa do Marfim para interpelar Escobar sobre uma suposta reação do comentarista quanto à fala de Dunga. "Algum problema aí?", perguntou o técnico ao jornalista, que devolveu um "não" com firmeza.
Ao término da entrevista, o técnico se dirigiu ao coordenador da TV Globo - que controla a Sportv - presente na sala e disse "tem que ser homem, olhar no olho". Em seguida saiu, acompanhado do auxiliar-técnico Jorginho e de Rodrigo Paiva, diretor de comunicação da CBF (Confederação Brasileira de Futebol).
Na véspera da partida, o técnico já havia demonstrado irritação com fotos feitas pelo site “Terra” e pelo jornal “Lance!” durante o período fechado do treino de sábado. Considerou uma invasão de privacidade.
Questionado se haveria alguma alteração no time para o jogo contra os marfinenses, voltou a cutucar os procedimentos da imprensa em busca de informação. "Não sei, pode ter. Mas vocês podem ver, subir na árvore, o problema é se cair lá de cima", ironizou.
A relação áspera com os jornalistas faz parte da trajetória de Dunga no futebol. Responsabilizado pelo fiasco no Mundial de 1990, na Itália, foi à forra quando ergueu a taça da Copa de 1994, chamando os então críticos de "traíras" em plena cerimônia de entrega do troféu.
Como técnico da seleção, reviu uma série de processos e restringiu o acesso aos jogadores. Na Copa, extinguiu o espaço denominado zona mista, quando todos os atletas ficavam à disposição da imprensa, e determinou que entrevistas acontecessem apenas em coletivas, com um ou no máximo dois jogadores. "Meu problema é que tenho memória de elefante, então não esqueço", disse Dunga ao sintetizar o revanchismo demonstrado em algumas respostas, abdicando até mesmo de ressaltar seu retrospecto positivo à frente da seleção.
Após a estreia contra a Coreia do Norte, por exemplo, em meio a elogios gerais à atuação de Robinho, o técnico cobrou novamente os jornalistas. "Há um ano ele não servia, tinha que sair da seleção, e agora é o melhor?", questionou Dunga, que já disse ter notado “uns 300” jornalistas torcendo contra a seleção na África do Sul.
Fonte Site IG
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