Brasil tem cerca de 60 pessoas prestando serviço durante a Copa. Conheça dois deles, escalados para trabalhar na Cidade do Cabo
Munirih e Marcelo posam no Green Point Stadium, na Cidade do Cabo, onde trabalharão como voluntários durante a Copa do Mundo
Imagine suas férias assim: passar pouco mais de um mês numa das mais bonitas cidades do mundo, conhecendo gente de todo o planeta, adquirindo cultura, experiência e, de quebra, tendo a chance a assistir, ao vivo, a jogos de uma Copa do Mundo. É mais ou menos isso que Munirih Pereira e Marcelo Saad Ayres estão vivendo na Cidade do Cabo, a segunda principal sede Copa 2010, na África do Sul.
Eles fazem parte do seleto grupo de 60 brasileiros que conseguiram ser selecionados pela Fifa e trabalham como voluntários na Copa. Os dois estão baseados no Cabo, junto com outros 1.780 jovens. Além de Munirih e Marcelo, há mais dez brasileiros trabalhando no local. O restante está espalhado pelas outras sedes. No total, a Fifa tem cerca de 17 mil pessoas trabalhando como voluntários em toda a África do Sul.
Embora estejam curtindo cada minuto, eles lembram que não se trata de lazer. Os voluntários têm de cumprir várias funções importantes na organização da Copa do Mundo. E apenas pela experiência. O pagamento pelos serviços prestados é apenas uma ajuda de custo. Eles ganham uma diária de 120 rands (cerca de R$ 30). Além disso, os voluntários terão direito a uma quantia que vai depender dos dias trabalhados: são 100 rands (R$ 25) por dia, pagos de uma só vez. Passagens e hospedagem ficam por conta deles.
- Quando fazemos a inscrição, a Fifa deixa tudo bem claro. Então, não há surpresas. É totalmente voluntário. É uma experiência maravilhosa. Imagine você sentar numa mesa para almoçar junto com muçulmano do Quênia e um católico de Angola? São pessoas de culturas totalmente diferentes. Onde se consegue uma vivência como essa? É maravilhoso - comenta Minurih, que é professora de inglês em São Paulo.
Já Marcelo, está na Cidade do Cabo há um ano, após viver em Israel, e também resolveu se inscrever no programa de voluntários da Fifa. Ele conta que, para ser aprovado, o candidato passa por um processo bastante rigoroso.
- Além das provas e das entrevistas, os serviços de inteligência fazem uma investigação em sua vida. Não é fácil.
Minurih explica que a ideia de trabalhar na Copa do Mundo nasceu há um ano, quando um amigo lhe mandou o link da Fifa convocando jovens para trabalhar na organização do mundial. Ela preencheu a ficha online e ficou esperando. Em janeiro deste ano, recebeu um e-mail do órgão lhe convocando para provas e entrevistas.
- Eles avaliam a fluência no inglês, o tempo disponível que o voluntário tem para dedicar ao trabalho, perguntam se a pessoa tem experiência em voluntariado. No início, a Fifa selecionou 320 pessoas para entrevistas. No fim, ficaram 60 - conta, orgulhosa.
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