Governo local libera funcionários públicos após almoço e usa amistoso contra seleção brasileira para promoção política
Kaká na chegada ao hotel em Harare,
Os 'Samba Boys' vão parar o Zimbábue. Literalmente. O governo zimbabuano liberou todos os seus funcionários, incluindo professores, após o almoço. A folga de meio expediente é para que todos possam assistir ao amistoso entre a seleção local e o Brasil, que se prepara para a Copa do Mundo da África do Sul. A partida está marcada para 15h30m (10h30m de Brasília).
Numa demonstração da importância política da partida, nada menos que quatro ministros receberam o Brasil na noite de terça-feira, no aeroporto internacional de Harare: Walter Mzembi (Turismo); David Coltart (Educação, Esportes, Arte e Cultura); Saviour Kasukuwere (Desenvolvimento da Juventude, Indigenização e Capacitação); e Nelson Chamisa (Informação, Comunicação e Tecnologia). Outra mostra da relevância do evento é que a seleção, apelidada de 'Samba Boys' pelo "The Herald", foi parar na capa do jornal, um dos mais importantes do país.
A equipe do Zimbábue também se fez presente no comitê de boas-vindas ao time de Dunga. Benjani Mwaruwari, ex-companheiro de Robinho no Manchester City e capitão do time, o treinador Sharrif Mussa e o assistente técnico Brenna Msiska receberam a seleção brasileira.
O jogo tem sido encarado como uma forma de melhorar a imagem do país perante a comunidade internacional, além de servir politicamente ao governo ao levar um pouco de alegria ao povo zimbabuano, como provam as palavras de David Coltart.
- Este é o maior evento esportivo que o Zimbábue já viu. Isso vai além do esporte, é algo sobre a importância de mudar a imagem do país. Há um grande interesse na partida, o que dá a chance de retratar o Zimbábue de forma positiva.
Walter Mzembi concordou com o colega.
- Os 'Samba Boys' estão no Zimbábue para dar ao povo uma experiência única, que só poderá se repetir em 2034, se nós tivermos a chance de estar vivos lá, e que será repetida novamente só em 2058 - disse, em referência ao rodízio de continentes para sediar a Copa do Mundo.
Desde de fevereiro de 2009, quando Robert Mugabe, há 29 anos no poder, aceitou formar um governo de coalizão, o país começou lentamente a sair da grave crise econômica que o arruinou de 2000 em diante. Apesar de ter deixado para trás a hiperinflação, o Zimbábue ainda enfrenta um quadro de desemprego e de extrema pobreza da grande maioria da sua população.
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