Em clima de paz, torcedores aproveitam para provocar os eternos rivais
Ponto turístico de Joanesburgo, a Mandela Square virou também o local preferido das torcidas antes e depois das partidas realizadas na cidade. Como neste domingo é dia de jogo do Brasil, os brazucas dominaram o pedaço. Bastou surgir um tantan e um banjo para que um pequeno carnaval fosse improvisado, com cerca de 200 pessoas cantando samba e as tradicionais músicas de incentivo, cinco horas antes do encontro com a Costa do Marfim, no Soccer City. O confronto começa às 15h30m de Brasília, 20h30m no horário sul-africano.
Mas teve uma hora que o samba parou. E não porque alguém tivesse atravessado, já que pouca gente se importava com a qualidade dos 'ritmistas'. Bastou aos brasileiros avistarem um argentino para que um coro ecoasse na praça. A letra, se é que cabe essa definição, era só um 'poropopó' repetido n vezes. No refrão, a provocação: 'Brasil veio para vencer, e a Argentina se f...'
A brincadeira, ainda que não lá muito elegante, não irritou o único argentino que dava sopa na área. Ricardo Perez, devidamente uniformizado e com uma bandeira de Maradona na Copa de 86, disse que as provocações são saudáveis. Já instalado na mesa de um bar, o hermano mostrou um inesperado (e saudável) fair-play ao falar sobre a situação.
- Não me incomoda, é uma coisa boa. Somos como irmãos.
Ele também disse não temer um confronto contra o Brasil, apesar de o retrospecto recente favorecer, e muito, o time verde-amarelo.
- Não tenho medo, espero que aconteça (o encontro). O melhor para a Copa do Mundo é quando Brasil e Argentina se enfrentam. E a América do Sul está muito forte este ano, com Paraguai, Uruguai e Chile bem.
Em frente à estátua de Mandela, a festa continuava. Dois torcedores da Costa do Marfim apareceram. Nenhum problema, muitas fotos e confraternização. Mas ninguém fez mais sucesso que o 'Big Hands'. Com braços e mãos gigantes, José Marcílio deixou João Pessoa, na Paraíba, para acompanhar o Brasil na África do Sul.
- Esse é o 'Manos Largas', mas aqui virou o 'Big Hands'. Meu pai criou para a Copa de 86, e eu agora ressuscitei. As pessoas adoram - disse, no intervalo entre uma foto e outra.
Sobre o único argentino no pedaço, 'Big Hands' aprovou a brincadeira.
- Tranquilo, foram os cariocas que puxaram o coro (contra os argentinos), mas só brincadeira. E a Argentina a gente só pega na final, e na final contra a gente eles sempre se ferram.
Nenhum comentário:
Postar um comentário