Muricy com Rodrigo Paiva e Ricardo Teixeira (Foto: Thiago Lavinas / GLOBOESPORTE.COM)
O novo técnico da Seleção Brasileira é Muricy Ramalho. O treinador, de 54 anos, terá a responsabilidade de comandar a renovação da Seleção para a disputa da Copa do Mundo de 2014, que será realizada no Brasil.
Em um encontro na manhã desta sexta-feira, em um clube de golfe na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, o treinador se reuniu com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e com o diretor de comunicação, Rodrigo Paiva, e aceitou o convite, mas ainda irá se reunir com a diretoria tricolor. Em seu contrato com o clube, há uma cláusula que permite rompimento para assumir a Seleção. Ricardo Teixeira deixou claro que o treinador terá de ser exclusivo da CBF.
Muricy tem contrato até o fim do ano com o Fluminense, clube que levou à liderança do Campeonato Brasileiro após a vitória desta quinta-feira, sobre o Cruzeiro. Ele negociava com o Tricolor um aumento de salário e uma renovação de contrato por mais dois anos. No comando do clube carioca, o treinador fez 12 jogos, sete vitórias, um empate e quatro derrotas.
A apresentação de Muricy Ramalho está prevista para segunda-feira à tarde, quando o treinador vai também fazer a primeira convocação. A comissão técnica ainda não foi anunciada. No dia 10 de agosto, a seleção brasileira tem um amistoso marcado contra os Estados Unidos, em Nova Jersei. A expectativa é que o grupo seja formado, basicamente, por jogadores que atuam no futebol brasileiro.
Convite relâmpago na garagem do Maracanã
Muricy recebeu o convite para se reunir com Ricardo Teixeira através de um intermediário da CBF, na garagem do Maracanã, pouco depois de meia-noite, quando o treinador deixava o estádio após a vitória por 1 a 0 sobre o Cruzeiro, pelo Campeonato Brasileiro. Na entrevista coletiva após o jogo, Muricy garantiu que nem sequer havia sido sondado por qualquer pessoa ligada à CBF. Mas brincou sobre a concorrência com Mano Menezes e Luiz Felipe Scolari.
- Não dá para contratar os três? Seria ruim para os adversários, hein? Há muitos caras bons, a Seleção Brasileira está bem servida, independentemente de quem assumir. Todos os treinadores estão em um momento bom na carreira, estão maduros. Isso faz a diferença. Todos têm o gosto pela vitória - comentou, pouco antes de dizer que não pensava em outra coisa que não fosse o Fluminense.
Eleito o melhor técnico do Brasileirão entre 2005 e 2008, Muricy tem como ponto alto da carreira o tricampeonato nacional com o São Paulo (2006, 2007 e 2008), depois de ter sido vice com o Inter em 2005. Como jogador, nos tempos em que ainda era cabeludo, foi um talentoso meia do tricolor paulista entre 1973 e 1979, com 26 gols em 177 jogos.
Em recente entrevista ao jornal "O Globo", o treinador disse que sua maior frustração foi não ter participado da Copa do Mundo de 1978. Segundo ele, o sonho só não foi realizado por causa de uma lesão que sofreu nos tempos em que o técnico Coutinho definia o grupo que jogaria na Argentina.
- É uma coisa que me marcou e que eu não esqueço. Era a minha oportunidade, faltava um ano, e com certeza eu iria. Não ia ser titular, porque o titular era o meu ídolo Zico, eu ia ser reserva dele. Já estava bom - comentou o ex-jogador, que também defendeu o Puebla, do México, entre 1979 e 1985.
Muitas vezes rabugento em entrevistas coletivas, Muricy também se tornou famoso por suas frases. Com o lema "isso aqui é trabalho", não foram poucas as pérolas até mesmo em momentos de alegria, como na comemoração do tricampeonato com o São Paulo em 2008 (veja o vídeo com algumas tiradas).
- Faz uns 20 anos que estou com sorte, é muita para um cara só. Fica em casa para ver se a sorte vai te ajudar. Tem que trabalhar - disse na ocasião.
A carreira de Muricy como treinador começou como auxiliar de Telê Santana no São Paulo (veja o vídeo ao lado). Além das passagens pelo Tricolor Paulista, pelo Fluminense e pelo Internacional, Muricy também treinou Guarani (1997), Ituano (1999), Botafogo-SP (1999), Santa Cruz (2000), Náutico (2001/2002), Figueirense (2002), Internacional (2003), São Caetano (2004) e Palmeiras (2009/2010). No exterior, trabalhou no Shangai Shenhua, da China, em 1993.
Seu primeiro título foi o bicampeonato pernambucano pelo Náutico em 2001/2002. Em 2003, foi campeão gaúcho pelo Inter. No ano seguinte, levou o São Caetano à conquista do Paulistão. Em 2005, foi mais uma vez campeão estadual pelo Inter. Em 2006 deu início à campanha do tri nacional pelo São Paulo, sequência que só foi interrompida com o quinto lugar pelo Palmeiras no ano passado.
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