Mano Menezes troca o Corinthians pela missão de renovar a Seleção Brasileira (Foto: Ag. Estado)
Começa às 16h desta segunda-feira a gestão Mano Menezes na Seleção Brasileira. Em um hotel na Zona Sul do Rio de Janeiro, o ex-treinador do Corinthians anunciará seus 22 convocados para o amistoso contra os Estados Unidos, dia 10 de agosto, em Nova Jérsei, dando o pontapé inicial na tão sonhada renovação pedida pelo presidente da CBF, Ricardo Teixeira. Gaúcho como Felipão e Dunga, mas com um comportamento muito mais sereno, o treinador descarta formar a "Família Menezes" e revela que fará uma reformulação responsável e sem nenhuma pressa.
- Penso que a seleção vai passar por uma transformação, mas não vai ser com a velocidade que todos imaginam. Não podemos expor a Seleção sem necessidade. Não existe razão. Temos que tentar tomar cuidado para fazer da forma mais responsável possível com o futebol brasileiro. O presidente deixou absolutamente claro em nossa conversa que é isso que a CBF quer. Sou extremamente leal ao que combino – afirmou.
A princípio, Mano, que também será apresentado oficialmente pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), só chamará jogadores que atuam em solo tupiniquim. Atletas de São Paulo e Internacional, envolvidos nas semifinais da Taça Libertadores, podem ficar fora. Alguns corintianos devem aparecer na relação.
- Sempre disse e os fatos mostram que a escolha dos jogadores que faço é por questões técnicas. Mas, certamente, os jogadores não estarão na seleção porque são do Corinthians e, sim, por competência deles. Eu não transferiria esse fardo de responsabilidade para eles - acrescentou.
Após a vitória do Corinthians por 3 a 1 sobre o Guarani, domingo, no Pacaembu, Mano Menezes viajou ao Rio de Janeiro na companhia do auxiliar Sidinei Lobo. Na bagagem, anotações e algumas possibilidades para montar seu primeiro grupo. Mesmo sem poder chamar os craques que atuam na Europa, o treinador já descarta formar a "Família Menezes", como aconteceu com Luiz Felipe Scolari, em 2002.
- Não gosto de usar o termo família porque fica banalizado. Só se fala quando ganha. Não tem família quando perde. Você não gosta de falar de filho que está mal. O mais importante é a verdade e a espontaneidade que acontece. Você vê os profissionais transmitindo esse carinho. O que procurei é sempre ser correto e leal com eles. Falei para eles (jogadores do Corinthains) que nem todos ficam felizes com algumas decisões e nem devem. Quem está feliz fora se acomoda. Mas todas as decisões que tomei sempre foram para fazer o melhor. Nem sempre consegui - ressaltou.
Mais do que reformular e fazer a seleção recuperar o bom futebol, Mano tem pela frente também a pressão de se segurar até a Copa do Mundo de 2014, em solo nacional. Em um cargo cobiçado, o treinador entende ter o respaldo da CBF acredita e que não sofrerá interferência de Ricardo Teixeira na montagem do grupo.
- Nunca me violento para aceitar um cargo. Ficaria muito frustrado se, ao assumir um cargo tão importante, não pudesse fazer o que penso. O time que coloco em campo é o time que quero colocar em campo mesmo. Se o time perde, vou para casa com a consciência tranquila. É assim que me conduzo e é assim que vou me conduzir na seleção. Não tive nenhum pedido fora daquilo que penso no futebol e do que penso sobre como as coisas funcionam - completou.
Aos 48 anos, Luiz Antônio Venker Menezes, o Mano, nasceu em Passo do Sobrado, no Rio Grande do Sul. Mas foi em Venâncio Aires, a capital do chimarrão, que ele iniciou sua carreira no futebol. Começou como zagueiro do Guarani-RS, mas logo desistiu por se considerar fraco tecnicamente. Resolveu, então, seguir o caminho como treinador. O primeiro clube profissional de Mano foi o próprio Guarani. Depois passou por Brasil de Pelotas, Iraty, 15 de Novembro-RS, Caxias, Grêmio e Corinthians.
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