O projeto do Maracanã para 2014 prevê uma nova cobertura para o estádio
O Maracanã será o palco da final da próxima Copa do Mundo. Isso nunca foi discutido no planejamento para o Mundial a ser realizado no Brasil daqui a quatro anos. Se é certa a honra de se tornar o segundo estádio do mundo a receber duas decisões de Copa (ao lado do Azteca, no México), o processo para transformar o principal palco do futebol brasileiro em uma estrutura capaz de receber o jogo mais importante de 2014 luta contra percalços. Como o aumento da previsão de gastos. E o adiamento da conclusão da licitação, atrasando o início das obras pesadas no local.
O orçamento do Maracanã é o maior de todos os estádios de 2014: R$ 720 milhões. Valor que em março passado era estimado em R$ 600 milhões. De 1999 a 2007, foram investidos R$ 450 milhões no estádio em seguidas reformas. Como as realizadas para a disputa do Mundial de Clubes da Fifa em 2000 e para os Jogos Pan-Americanos de 2007.
A análise das propostas das empresas interessadas em participar da nova reforma do estádio estava marcada para o último dia 5. Mas foi adiada em dez dias a pedido das companhias. Segundo Márcia Lins, secretária estadual de Esporte, Turismo e Lazer do Rio, o atraso não mudou a previsão de conclusão das obras: dezembro de 2012, a tempo de receber a Copa das Confederações do ano seguinte.
De acordo com a Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio (Emop), responsável pelo projeto, a parte pesada das obras deve começar na segunda metade de agosto. Em março, foi feita a sondagem e a topografia do solo para determinar o local em que serão construídas quatro novas rampas, que permitirão entrada e saída mais rápida dos torcedores do local. A Fifa deseja que o escoamento do público seja realizado em até oito minutos. Hoje, esse tempo fica entre 20 e 30 minutos.
Com as obras, o Maracanã terá capacidade para 76 mil espectadores.
Se tem a decisão garantida, o mais tradicional estádio brasileiro também tem chances de receber o jogo de abertura. O direito foi reservado para São Paulo, mas a exclusão do Morumbi do Mundial e as dúvidas sobre qual estrutura receberá os jogos na cidade mais populosa do país abriram a chance do Rio também ter a partida número 1. Belo Horizonte e Brasília também desejam receber o jogo.
Como arma para ser a sede da abertura, além do Maracanã, o Rio conta a sua extensa rede hoteleira. Só comparável no país a de São Paulo. Segundo a Secretaria Especial Copa 2014 e Rio 2016 (SE-Rio), a Fifa exige um mínimo de 32,5 mil leitos. Atualmente, teria 28 mil disponíveis. A expectativa da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH-RJ) é que, pelo menos, 16 hotéis serão construídos na cidade até 2014, ampliando o número para 35 mil.
O projeto de revitalização da Zona Portuária da cidade, sob responsabilidade do Instituto Municipal de Urbanismo Pereira Passos (IPP), também passa pela ampliação da rede hoteleira. Novas unidades construídas na área nos próximos 36 meses terão dez anos de isenção do IPTU e redução no ISS. Desde que a cidade se candidatou à sede dos Jogos Olímpicos de 2016, a prefeitura já recebeu, através da Secretaria Municipal de Urbanismo, 19 pedidos de licenciamento para construção de hotéis.
Se a área de hospedagem parece não preocupar muito as autoridades do Rio, o mesmo não pode se dizer dos aeroportos. O governador Sérgio Cabral Filho já criticou repetidamente as condições do aeroporto internacional Tom Jobim, defendendo a transferência da administração para o setor privado. O que não foi aprovado pelo governo federal.
A Infraero elaborou um projeto de reforma do Galeão. Mas que somente seria concluído em 2025. Onze anos após a realização do Mundial. A previsão é que a capacidade atual aumente de 15 milhões de passageiros por ano para 20 milhões até 2014. E chegue a 40 milhões em 2025. O orçamento para as melhorias dos terminais 1 e 2 é de R$ 590 milhões.
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