O Aeroporto Afonso Pena, no Paraná, passará de dois para cerca de seis milhões de passageiros em 2014
O sucesso da Copa do Mundo de 2014 passa, fundamentalmente, pela capacidade do Brasil em receber e acomodar turistas e delegações. Ou seja: é necessário ter aeroportos e estrutura hoteleira compatíveis com o grande número de pessoas que circulará pelas 12 cidades-sede por cerca de 45 dias, que é em média a duração do período que compreende a pré-Copa, o Mundial e o pós-Copa.
O GLOBOESPORTE.COM fez um levantamento das condições aeroportuárias e hoteleiras de cada uma das cidades que sediará jogos do Mundial de 2014, e constatou disparidades preocupantes, como entre a estrutura hoteleira de São Paulo e de Belo Horizonte. A capital paulista tem hoje muito mais do que a capacidade exigida pela Fifa, enquanto a capital mineira precisa de muitos investimentos para atingir o patamar de Copa do Mundo cobrado pela entidade.
Segundo dados da ABIH (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis), as cidades brasileiras que funcionarão como sedes da Copa do Mundo de 2014 têm características peculiares, e não podem ser comparadas entre si, uma vez que concentram diferente número de indústrias, população economicamente ativa e investimentos dos três níveis governamentais.
Na estrutura aeroportuária, poucos aeroportos têm as condições mínimas exigidas para um evento como a Copa do Mundo. Os maiores investimentos (da ordem de R$ 4,365 bilhões) vêm sendo feitos nos três aeroportos de São Paulo - Congonhas, Guarulhos e Viracopos, em Campinas - mas todos os terminais aéreos envolvidos com o evento receberão investimentos que, segundo a Infraero, garantirão o funcionamento perfeito durante todo o Mundial.
Segundo o diretor de engenharia da Infraero, Jaime Parreira, em entrevista ao programa SporTV Repórter, os aeroportos brasileiros precisam planejar a sua reforma. Segundo ele, os terminais funcionam no limite, mas apenas nos horários de pico.
- Os 16 aeroportos das 12 cidades-sede da Copa movimentam cerca de 83% do tráfego aéreo nacional. O planejamento vem sendo feito para se fazer melhorias em terminais, pátios de aeronaves, estacionamentos e pistas de pouso e decolagem. Temos quatro anos pela frente, e os planos são bem factíveis. Há recursos amplos especificamente para os aeroportos da Copa
Sobre o crescimento da demanda de passageiros, Parreira diz que a média anual brasileira é de 10 a 12%.
- Os planos são, em primeiro lugar, para sustentar o crescimento da nossa demanda de passageiros e a sua taxa de crescimento anual. Se conseguirmos isso, a Copa não será problema, já que o aumento do número de passageiros até lá compreende essa taxa.
Questionado se o Brasil está atrasado na execução das obras nos aeroportos, Parreira diz que a característica continental do Brasil faz com que os aeroportos sejam um ponto fundamental e que, por isso, todos os recursos e atenções estarão voltados para eles.
- O Brasil é um país de dimensões continentais, e o acesso a muitas regiões só poderá ser feito por aviões. O brasileiro está tendo mais acesso ao transporte aéreo, e o planejamento tem de ser mutável em função disso. Hoje acho que não estamos atrasados, até porque cada aeroporto tem uma característica. Brasília, por exemplo, tem 40% de toda sua movimentação em "Hubbies". Ou seja, passageiros chegam de algum lugar, mudam de aeronave e vão para outros lugares. Guarulhos, em São Paulo, firmou uma parceria com o ITA (Instituto Tecnológico da Aeronáutica), para poder desenvolver projetos estruturais sem depender de apenas uma fonte. Essa e outras iniciativas vêm acelerando os processos, e tudo estará pronto a tempo em 2014.
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