Testes foram feitos no Mundial de Clubes de 2007, mas entidade que rege o futebol segue contrária à tecnologia. Empresa promete baixos custos
Foto mostra o interior da bola com chip
Ela fica estranha sem o revestimento de couro: parece toda desengonçada, recheada por uma porção de elásticos no interior, ligando um núcleo metálico à parte externa. Olhando de perto, nem parece que ali está o centro da maior discussão do momento no futebol: afinal, vale a pena investir em tecnologia para evitar erros como o do árbitro Jorge Larrionda, que ignorou um gol claro da Inglaterra contra a Alemanha nas oitavas de final da Copa? A empresa alemã Cairos AG, criadora de uma bola com chip, garante que a falha não teria ocorrido se a Fifa fosse mais sensível ao projeto desenvolvido por seus cientistas.
A ideia não parece ser das mais complexas. Um chip no interior da bola emite, magneticamente, um sinal para os árbitros, munidos de receptores. É exclusivamente para o caso de a redondinha passar ou não da linha do gol: se passa, o sinal é emitido; se não passa, o jogo segue. Os criadores da bola garantem que ela resiste às pancadas que recebe durante o jogo. E asseguram que ela não corre o risco de sair apitando sem parar, em surto, no decorrer de uma partida.
- Podemos dar toda a garantia de que ela é infalível – disse Carlos Leal, representante da Cairos AG na África do Sul.
Assim que explodiu a polêmica com o prejuízo à Inglaterra, os alemães resolveram enviar a bola para o país da Copa, com o objetivo de alimentar uma discussão que não é nova. No Mundial de Clubes de 2007, a Fifa já testou a bola com chip. Mas não se convenceu a implementar o processo definitivamente. Uma das questões levantadas é a necessidade de o futebol ser igual em todos os cantos do planeta. É aquilo: se tiver bola com chip na Liga dos Campeões da Europa, também precisa ter na terceira divisão de Burkina Faso.
E é aí que entra outra ideia dos criadores da bola com chip. Como o custo, naturalmente, não é dos mais baixos, eles criaram uma proposta curiosa para tornar o projeto viável.
- A proposta é de que o custo das bolas seja de 25% do valor pago à arbitragem. Se na Alemanha pagam 10 mil euros aos árbitros, custará 2,5 mil euros. Se em Botswana custa dez euros, o valor será de 2,5 euros – comentou Carlos Leal.
Desde 2007, a empresa insiste na ideia com a Fifa. E, pelo menos por enquanto, não tem qualquer sinal de que a entidade abraçará o projeto.
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