Gilberto Silva ao lado de Kleberson
na seleção brasileira
Para a imprensa, é novidade. Para os jogadores, não. O esquema mais fechado adotado pela comissão técnica da seleção brasileira na preparação para a Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, já é rotina para a maioria dos 23 convocados por Dunga. Especialmente os que atuam em clubes europeus.
Até por isso eles não concordam quando alguém diz que a seleção está blindada no CT do Caju, em Curitiba. A medida de proibir a transmissão ao vivo de treinos, como vai acontecer na tarde deste domingo, é algo mais do que comum para o volante Gilberto Silva, atualmente no Panathinaikos, da Grécia.
- Não vejo blindagem. Se vários jornalistas fossem trabalhar em outras seleções encontrariam mais dificuldades do que encontram aqui. E também estamos calejados por causa do que aconteceu em 2006. É uma forma de a gente ter tranquilidade para trabalhar – falou o pentacampeão.
O fracasso do Brasil na Copa da Alemanha aparece sempre como referência do que não é legal em uma preparação para Mundial. Na ocasião, o acesso aos treinos e aos jogadores foi muito maior do que atualmente. E o clima de oba-oba criado com a presença de muita torcida nos treinamentos foi apontado como um dos culpados.
- Em 2002, a novidade para gente era a TV a cabo. Em 2006, também. Fizeram um Big Brother com a seleção. Hoje a internet nem é tanta novidade, mas tem os microblogs (como o twitter, por exemplo). Estamos tentando entender como funciona isso – disse Rodrigo Paiva, diretor de comunicação da CBF.
Mas há uma cartilha feita pela comissão técnica com orientações nesse sentido? Segundo Gilberto Silva, não. O lema da CBF é apenas um: amor à camisa.
- Não existe nenhuma cartilha do Dunga. A cartilha da CBF é ter o compromisso com a seleção brasileira. Todo mundo sabe a responsabilidade de estar aqui. Não se pode abrir a casa de qualquer jeito para qualquer um entrar. Cada um vai ter o seu espaço, mas com muito respeito à entidade, ao povo brasileiro. Nosso objetivo é ser campeão e é de vocês também. O que está sendo feito não é nada diferente do que é usado em muitas empresas, por exemplo – falou Gilberto Silva.
O lateral-direito Daniel Alves também corrobora o pensamento do volante. Até porque no Barcelona o esquema é muito parecido.
- Já estou acostumado com essa situação, porque no clube é bem parecido. Então não é surpresa para gente. Eles só querem dar tranqüilidade para trabalharmos – declarou Daniel Alves, campeão espanhol na atual temporada.
Outra medida adotada pela comissão técnica da seleção brasileira foi proibir a entrada de programas de humor. Neste domingo uma equipe já ficou para fora.
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